quinta-feira, 25 de junho de 2009

Relato Pessoal do livro Capão Pecado

Seja diferente

O livro Capão Pecado foi gostoso de ser lido pôr primeiramente eu gostar de ler sobre favela e por ser um livro escrito de uma forma interessante, com a própria linguagem do gueto, mostrando a vida de lá com um ponto de vista de quem vive lá e não com o olhar somente daqui de fora. Um livro que me ajudou a tirar ainda mais meu olhar preconceituoso sobre a favela, que me fez olhar a favela de outro modo, vendo que muitos que moram lá estão no caminho “errado” não por vontade própria, mas sim por falta de opção.

Favelado? Ui, eu quero distância, só pode ser bandido mesmo. Ir à favela? Jamais, só se eu estiver a fim de morrer. Esses são tipos de frases que grande parte da sociedade diz quando o assunto diz respeito às favelas. Frases que por sua vez são altamente preconceituosas, pois parece que na favela só há bandidos, traficantes, piriguetes, drogados, e que lá na comunidade só há troca de tiro, assalto, assassinato, bala perdida. É claro que tudo isso ocorre nas favelas, mas isso não acontece somente dentro das favelas, e sim em todos os outros lugares.

Essa vida na favela é o que o livro Capão Pecado de Férrez retrata. Nele contem histórias de pessoas e jovens comuns que moram na favela de Capão Redondo, retratando o cotidiano delas, que aparentemente são de pessoas que não tem nenhum futuro – Aquele futuro sonhado pela sociedade em geral - aonde em sua maioria são usuários de drogas, bandidos, traficantes e assassinos. Ver desde criança crimes acontecendo, barulho de tiros de metralhadoras, um lugar sem estrutura adequada de moradia, educação e saúde, por exemplo, faz a vida dessas crianças na favela ser complicada. Tornando “verdade” apenas o que essa elite fala, gosta e usa.

As palavras e xingamentos utilizados, as músicas ouvidas, as roupas vestidas, fazem que a sociedade olhe para a periferia com um olhar preconceituoso, sem saber respeitar os gostos dos outros, as supostas verdades e supostas mentiras vividas pelos outros. É por esses e outros motivos que à favela é tão recriminada e rebaixada pela tal chamada “classe média” e “classe alta”, que tomam por “verdade” apenas o que essa elite socioeconômica fala, gosta e usa. Isso é retratado na música Rap da felicidade de MC Cidinho e Doca que diz assim: “Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela / O pobre é humilhado, esculachado na favela”.

O livro Capão Pecado fala com a linguagem que toda a população brasileira utiliza, e não apenas as pessoas dos guetos. Mostra a realidade das favelas, onde “nada são flores” e que até o mais honesto pode se corromper por alguma coisa, como foi o caso de Rael – personagem principal do livro –, pois além de tudo, morando na favela ou em bairro nobre, somos todos seres humanos e não estamos livres de cometer erros.

Não seja mais um brasileiro com esses olhares e pensamentos preconceituosos, amplie sua visão e veja que nem sempre as coisas são como a maioria pensa.

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