sexta-feira, 1 de maio de 2009

Análise de O gigolô das palavras de Luís Fernando Veríssimo


Ele usa a ironia ao falar que suspeitava que o professor dos alunos, se descabelava ao ler suas colunas, onde ele enfrenta as leis da língua padrão. Veríssimo pensava que o professor desses alunos que os mandará ir lhe entrevistar, por isso já estava até preparando sua defesa, isso mostra que ele ficou receoso ao pensar que aquele grupo ia o “desmascarar”. Quando ele usa a frase “Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado?”, ele mostra uma surpresa ao saber que ele, um escritor que foge das leis da gramática irá responder a entrevista na qual há a pergunta se ele acha a gramática indispensável para aprender e usar a nossa língua ou outra qualquer.
Na resposta dele vemos que para ele a linguagem é comunicar, a comunicação e que deve ser julgada como meio de comunicação e não como gramática. Na outra parte da resposta, quando ele fala: “Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis.”, com essa frase vemos que não é preciso saber nem todas as regras básicas e sim algumas das regras básicas da gramática. Isso mostra que para Veríssimo, não cometendo nenhum erro grave já está bom e que o estudo das palavras aprendemos com o uso e não com princípios, ou seja, princípios e regras da gramática. Quando ele afirma que “Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo.”, ele já foge da regra padrão da escrita, na qual deveria ser escrever claramente. Certamente ele sabe que ele fugiu da norma padrão, mas ele faz isso para vermos que mesmo não estando certo gramaticamente estamos entendendo o que ele quer transmitir, o que ele quer comunicar. Agora vamos entender a fala de Veríssimo: “A Gramática é o esqueleto da língua.”, sabemos que o esqueleto é a parte fundamental do corpo, sem ele, eu, você, todos não estaríamos em pé, o mesmo é com a gramática, que é a estrutura, o alicerce da língua e a língua depende da gramática para existir, mas sem a língua a gramática não diz nada, não serve para nada. Na frase “As múmias conversam entre si em Gramática pura.”, a ironia é empregada, pois múmias são mortos e ao conversarem em gramática pura, se quer dizer que a gramática pura é morta, e quem conversa em gramática pura conseqüentemente são mortos.
Ele mesmo admite que não é bom na matéria de Português, que sempre foi péssimo, e que devido a isso existe essa implicância dele com a Gramática. Mas ele fala que mesmo ele não sendo bom na gramática ele consegue ganhar a vida escrevendo. Isso quer mostrar que esse aprofundamento na gramática e suas regras são indispensáveis. Ele fala que é um gigolô das palavras, que depende e vive delas. E no penúltimo e ultimo parágrafo ele faz uma relação do cafetão com as prostitutas, que é a mesma relação dele com as palavras, uma relação de liberdade e intimidade. “Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel.”, ao falar isso vemos que um escritor que respeitar essa intimidade gramatical, ou seja, suas regras e leis, é um imprestável, não tem eficiência, o mesmo quanto um gigolô que se apaixona por sua prostituta. Se isso acontecer, o escritor vira um impotente, sem poder tratar as palavras da forma que ele queira, sem precisar respeitá-la, por isso “A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.”.

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